quinta-feira, 21 de julho de 2011

Veto do governador no limite do orçamento do Poder Judiciário gera insatisfação no TJPB

Veto do governador no limite do orçamento do Poder Judiciário gera insatisfação no TJPB
A Mesa Diretora do Tribunal de Justiça da Paraíba recebeu com surpresa o veto do Governador do Estado a emenda aprovada pela Assembleia Legislativa, que modificou o Artigo 34 do projeto de Lei referente a LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2012, que reconduzia os critérios de participação dos Poderes no orçamento do Estado, construído, consensualmente, desde 2007. Segundo o presidente da Corte, desembargador Abraham Lincoln da Cunha Ramos, o Poder Judiciário corre o risco de ter seu orçamento previsto para o próximo ano menor do que 2011, comprometendo toda a gestão, em especial as metas do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, a prestação jurisdicional e a programação de modernização e melhorias na Justiça Estadual.

A Mesa decidiu que vai fazer gestões junto ao Poder Legislativo estadual para restabelecer a regra que vinha sendo aplicada ao longo dos últimos anos e que fixava a participação do Judiciário com um percentual de 6.95% na receita corrente líquida do Estado.

O Poder Judiciário, numa prova de responsabilidade fiscal, mesmo com o orçamento inferior às suas necessidades e, face ao crescimento da demanda jurisdicional, tem se pautado por uma gestão fiscal responsável, sempre observando os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.

O desembargador Abraham Lincoln espera a sensibilidade do governador Ricardo Coutinho para que reveja a posição, pois, da forma como foi proposta originalmente pelo Executivo, ficam comprometidas as ações atuais do Poder Judiciário, como também a implantação da Lei de Organização Judiciária – LOJE, refletindo em prejuízos na instalação de novas unidades judiciárias, realização de concursos, nomeação de servidores, implantação do PCCR, além de outras as ações administrativas, com prejuízos diretos para a sociedade.

O desembargador explicou que, desde janeiro do corrente ano o Poder Judiciário vem sofrendo perdas significativas em seu orçamento. O propósito inicial foi de contribuir com o equilíbrio financeiro do Estado, atendendo às ponderações do Executivo, por ocasião das reuniões realizadas na Comissão Interpoderes. A contrapartida foi a promessa de que haveria recomposição a partir de abril. A verdade é que mês a mês o Judiciário vem recebendo o duodécimo inferior ao previsto na Lei aprovada pelo Poder Legislativo. De janeiro até junho do corrente ano, foram repassados pelo Estado R$ 174,6 milhões, perdas de R$ 17,2 milhões em relação aos R$ 194,3 milhões previstos no período e, persistindo esse patamar, a previsão é de que as perdas cheguem a R$ 34,5 milhões no final do exercício.

Os magistrados lamentaram o veto ao artigo 34 da LDO, com a redação aprovada pela Assembléia Legislativa. Esse foi o sentimento manifestado, segundo observou o presidente Lincoln, ao lembrar que a expectativa do Poder Judiciário seria a recomposição imediata dos duodécimos de 2011, em virtude do crescimento das receitas do Fundo de Participação dos Estados – FPE e do ICMS, que aumentaram, respectivamente, nos últimos seis meses, 29,11% e 15,09%, em relação ao mesmo período de 2010 e, em relação ao orçamento de 2012, o restabelecimento do percentual de 6.95%.  


TJPB

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