quinta-feira, 7 de julho de 2011

Denúncias de corrupção derrubam ministro dos Transportes


Denúncias de corrupção derrubam ministro dos Transportes

Denúncias sobre um esquema de corrupção comandado dentro do Ministério dos Transportes resultaram nesta quarta-feira na demissão do ministro Alfredo Nascimento (PR). A decisão foi tomada diante do agravamento da crise que começou no último fim de semana, quando a revista Veja revelou a existência de um esquema de cobrança de propina na pasta. Um dos cotados para a vaga é Paulo Sérgio Passos, que é funcionário de carreira no setor e já comandou o ministério durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 
Por enquanto, Passos vai assumir o ministério interinamente. Entre abril de 2006 e março de 2007 e março e dezembro de 2010 ele comandou a pasta e tem a confiança da presidenta Dilma Rousseff. Ele também é filiado ao PR. Contudo, não tem força política junto ao partido para assumir em definitivo o posto.Outro cotado é o senador Blairo Maggi (PR-MT).
A saída de Nascimento foi confirmada pouco antes das 17h. Segundo nota oficial, Nascimento encaminhou seu pedido de demissão à presidenta \"com a determinação de colaborar espontaneamente para o esclarecimento cabal das suspeitas levantadas em torno da atuação do Ministério dos Transportes\". O texto diz ainda que o ministro pediu à Procuradoria-Geral da República que investigue o caso.  
\"Alfredo Nascimento reassumirá sua cadeira no Senado Federal e a presidência nacional do Partido da República (PR) coloca-se à disposição de seus pares para participar ativa e pessoalmente de quaisquer procedimentos investigativos que venham a ser deflagrados naquela Casa para elucidar os fatos em tela\", diz a nota.
A demissão de Nascimento já era dada como certa por seus aliados no meio da tarde. O assunto ganhou força quando a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, convocou a bancada do partido para uma reunião no Palácio do Planalto para discutir o assunto. Pouco antes do anúncio da saída, iG ouviu de um senador que se preparava para ir ao encontro com Ideli que não havia \"mais clima\" para Alfredo permanecer no cargo. \"Que ele volte para o Senado para se defender. Virou uma questão pessoal\", disse um senador do PR à reportagem.
Alfredo é senador licenciado. Seu suplente é João Pedro (PT-AM). Ontem, o próprio petista já considerava a situação do colega complicada.  Assim que tomou conhecimento das primeiras denúncias do caso, no fim de semana, a presidenta Dilma mandou afastar toda a cúpula da área - perderam seus cargos o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, o presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, o Juquinha, o chefe de gabinete do Ministério dos Transportes, Mauro Barbosa Silva, e o assessor Luís Tito Bonvini.
A decisão, entretanto, alimentou o clima de preocupação quanto ao risco de um estremecimento nas relações com o PR. Nascimentou, então,  foi poupado num primeiro momento e chegou a ser anunciado pelo Planalto como o nome que iria conduzir as investigações.
A divulgação de novas reportagens sobre o caso complicaram a situação do ministro. Na manhã desta quarta-feira, o jornal O Globo revelou que o Ministério Público Federal investiga o suposto enriquecimento ilícito de Gustavo Morais Pereira, filho de Alfredo Nascimento. A empresa do arquiteto de 27 anos teria elevado seu patrimônio em 86.500% em apenas dois anos.
Além disso, o jornal O Estado de S. Paulo noticiou que um ex-assessor de Nascimento estaria construindo uma mansão de 1.300 metros quadrados no Lago Sul, em Brasília. Mais tarde, a revistaIstoé postou em seu site na internet o vídeo no qual o ministro dos Transportes sugere que haveriafavorecimento ao seu partido na liberação de recursos.
Fonte: Ultimo segundo

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